quinta-feira, 20 de agosto de 2009





quando te escuto
o mar é o som que amplio
quando te toco
cresço na areia salgando a espuma
quanto te sei
o infinito é consequência
quando te olho
a gaivota nidifica
quando te apartas
morre-me o silêncio.

HFM - Lisboa, 19 de Agosto de 2009



terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sem título


Não te direi do mar a imensidão
na onda perseguirás o infinito.


HFM - Ericeira, 30 de Junho de 2009<(p>



sábado, 15 de agosto de 2009

Haikai


o verde e um ar parado
pia um pássaro
na manhã de sol

HFM - Lisboa, 13 de Agosto de 2009



quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Se a minha mão fosse uma gaivota


Se a minha mão fosse uma gaivota
percorreria do mar o caminho
encostava à rocha
seguindo o cantar do oceano
das ondas o bailado
e do nevoeiro a voz

se a minha mão fosse uma gaivota
enrolava-se no teu pranto.



HFM - Ericeira, 2 de Julho de 2009



segunda-feira, 10 de agosto de 2009





Quando o verde se atreve em perspectiva linear central e a sua frescura apascenta o meu corpo, distendo-me. E faço-o de tal maneira que a recordação liberta em mim, como num leque, os close-ups de uma tarde quente. Outra.

Era o mesmo jardim. Mais calor. Revi os bancos que se encostavam em ângulo recto e as tuas mãos salientando-se por sobre as calças. Hoje havia silêncio, não o ensaio que me ensurdecia. Bailavam os panos e a sua frescura. O CAM, à direita, era um convite tal a frescura do bambu. Sem ser em jeito de romaria também passei pela rua do restaurante barulhentamente ensurdecedor mas que os teus olhos apaziguavam.

Olhei a minhas mãos. Senti-as vazias e, então, voluntariamente deixei que tudo se esfumasse como o lado de sombra dos rostos nos retratos de Fantin Latour que acabara de visitar.

Lisboa, Gulbenkian, 9 de Agosto de 2009



sábado, 8 de agosto de 2009


Quando do silêncio não se escutam as horas
na bruma da tarde escaldante
surgirás


espuma de uma onda sem mar.

HFM - Lisboa, 26 de Junho de 2009



quarta-feira, 5 de agosto de 2009


Quando te ergueres do nada
respira fundo
pensa-te estátua

espera
e quando o sol
se esconder no mar
sorri

aliviada
poderás, então,
sentir-te pedra.

HFM - Ericeira, 30 de Junho de 2009



domingo, 2 de agosto de 2009

Sem título


Quebra-se na onda o mar
espuma branca de ti

cisterna que não se esgota.

HFM - Ericeira, 2 de Julho de 2009