quarta-feira, 31 de março de 2010



Martela nas palavras a ausência e não há resposta, só um círculo vertiginoso onde gira tudo o que nos separa. E o pior é que o círculo não tem travões.

HFM - 30 de Março de 2010



segunda-feira, 29 de março de 2010

Exposição colectiva



Banner de addiragram.


Esta exposição colectiva foi impulsionada pelo meu amigo Carlos Peres Feio grande impulsionador deste tipo de actividades colectivas. Estou colaborando aqui com duas aguarelas uma de Carcassonne outra do Lago de Annecy sobre o Massif des Bauges e ainda com um quadro de técnica mista com o pomposo nome - De Cimabue a Tàpies - homenagem de uma outsider.








sexta-feira, 26 de março de 2010

Sem título


secaram-te na boca as palavras
enquanto se ouvia um andamento
um nocturno
refulgindo na noite acre


como uma cicatriz dissolvendo-se.

HFM - Lisboa, 2 de Março de 2010



quarta-feira, 24 de março de 2010





Para o Manel Jaquim



no quebrar da onda partiste
tal o mar
permaneces.



HFM - Lisboa, 23 de Março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

Rasgões

no segredo do tempo
lavro a incógnita


nas asas do infinito
aprumo a nau rente ao cabo


e em silêncio
desvendo na distância
o cello que nunca se cala.



HFM - Lisboa, 12 de Fevereiro de 2010

sexta-feira, 19 de março de 2010

Do diário


HFM


sobre o poema derramo a tinta apagando a indelével sabedoria das palavras. só os iniciados lerão o contexto fora das palavras e dos sons contidos nas árvores e no pergaminho. aí se sentam, como na vida, apenas os que aceitam que a sabedoria é uma busca, contante. para esses o graal - a eterna procura sem paga nem remissão. santos ou vilões eles sabem que não é na tinta que está o poema mas na junção das palavras certas no losango de cada vida.

HFM - Lisboa, 15 de Março de 2010

quarta-feira, 17 de março de 2010

Sem título


nas entrelinhas da pauta
as linhas que a música desenha
no solfejo da empatia

entranhas dos instantes
onde os deuses se passeiam.

HFM - Lisboa, 12 de Março de 2010



segunda-feira, 15 de março de 2010

CHEVALIER SANS PEUR ET SANS REPROCHE


na alquimia dos códigos
ressurgirá o teu rosto
lenda de bruma e de vento
reescrita no mar onde o farol
será casulo e fresta


meu moderno romance de cavalaria!

HFM - Lisboa, 2 de Março de 2010



quinta-feira, 11 de março de 2010

Anoitecidos


Este é o meu "huit-clos". Fora do "inferno dos outros" e da vida. Espaço onde deixo em liberdade o olhar e a consciência neles congregando a imaginação. Mundo pagão, utópico, anarquista. Espelho de mim onde voluntariamente me condiciono. Duplo de vida e aventura que desenho em palavras e em traços.

Oratório secreto onde me completo.


HFM - Lisboa, 8 de Março de 2010

terça-feira, 9 de março de 2010

Sem título

na harmonia dos teus dedos
desvendo os dias e os sinais


movediço desenho que nunca acabo.

HFM - Lisboa, 12 de Fevereiro de 2010

segunda-feira, 8 de março de 2010

João de Deus 180º aniversário





Sempre atento o meu amigo António Baeta fez hoje este destaque; não lhe podia ficar insensível pois sou um produto da Cartilha Maternal e do espírito, em certa medida pioneiro, do Jardim Escola João de Deus à Estrela onde aprendi a escrever, a ler e a desenvolver as minhas competências a nível sensorial e artístico; neste campo destaco aos sábados de manhã o trabalho em barro.

Em jeito de confirmação fica esta página do Século ou do Diário de Notícias, não sei bem, onde estou na 2ª fila voltada para nós com um grande laço na cabeça, sou a terceira.



Este post é particularmente dedicado à minha irmã que por lá também andou, antes de mim, e que é outro produto desse "Viveiro".

sábado, 6 de março de 2010

o diálogo dos contrários era a sua maior relíquia. feneceu numa noite de luar quando a renúncia lhe marcou destino.

HFM - Lisboa, 6 de Março de 2010

quinta-feira, 4 de março de 2010

Das ressonâncias




Quando rente à margem
só correm desafios
prolongo o olhar
na pureza do infinito
onde se acolhem os mitos


então, numa rajada de luar,
sei que, se nada me pertence
é porque tudo é ainda possível.


Assim se sangram os interditos!




HFM - Lisboa, 22 de Fevereiro de 2010

terça-feira, 2 de março de 2010



percorri o fio caligráfico. não te encontrei. era outro o teu mapa de comunicação. era de antanho. talvez aquele utilizado pelos cátaros entre Peyreperthus e Quéribus. não te compreendia. havia segredos nos murmúrios e no vento que ecoava das pedras dessas fortalezas da vertigem. eram códigos diferentes e sinais contrários. contudo, os sorrisos retinham os olhares e neles, como num lago parado, junto às montanhas, reflectia-se, na difusa bondade do sol, a compreensão.



HFM - 1 de Março de 2010