sexta-feira, 19 de março de 2010

Do diário


HFM


sobre o poema derramo a tinta apagando a indelével sabedoria das palavras. só os iniciados lerão o contexto fora das palavras e dos sons contidos nas árvores e no pergaminho. aí se sentam, como na vida, apenas os que aceitam que a sabedoria é uma busca, contante. para esses o graal - a eterna procura sem paga nem remissão. santos ou vilões eles sabem que não é na tinta que está o poema mas na junção das palavras certas no losango de cada vida.

HFM - Lisboa, 15 de Março de 2010

5 comentários:

J.T.Parreira disse...

Helena, no tempo que os tinteiros podiam afogar as palavras.Sublinho:«sobre o poema derramo a tinta apagando a indelével sabedoria das palavras». Mas havia a salvação pelo palimpsesto.
Abraço

jrd disse...

Excelente!
Vai lonje o tempo em que aprendiamos nos tinteiros as palavras que passávamos ao poema.

Mar Arável disse...

Exactamente

na ausência da tinta

no fundo do branco em gestos

onde esgrimem ou casam

as palavras que respiram

por guelras

Manuel Veiga disse...

mais que escrever poesia, importa realizar "a Poesia". no "losango da Vida"...

excelente.

beijos

Ad astra disse...

"eterna procura sem paga nem remissão"


perfeito