quarta-feira, 7 de abril de 2010

Às portas de Damasco

Revoltei-me com a estrada de Damasco
onde um dia me enredei
conhecia-lhe as dificuldades e os estigmas
mas sabia das promessas
e do futuro

agora parei
estática
a desilusão ofuscava-me
a ligeireza ensurdecia-me
o sentido da negação era-me absurdo

ali esperava ouvir as palavras
e sentir nas pedras
a doçura das promessas
e o trilho que me conduzisse
às Portas
onde se desenrolaria
outra História
onde os sábios sorririam
onde as crianças nos acolheriam
onde a viagem prosseguiria

ad eternum.

HFM - Ericeira, 6 de Abril de 2010



5 comentários:

Ad astra disse...

LINDO!

e no entanto, há sempre uma outra História

onde as viagens prosseguem...

ad eternum

jrd disse...

Nem todas as estradas são de desencanto...

© Maria Manuel disse...

belo poema, Helena! de certo modo, um desencanto imaginário, como se a magia de um lugar tão pleno de História e significado nos prometesse uma viagem real no tempo...

beijo.

Graça Pires disse...

Desencantos no espaço e no tempo.
Um belo poema.
Beijos, Helena.

Manuel Veiga disse...

o "caminho se faz andando...". peço desculpa pelo lugar comum em tão belo poema...

inesperados são por vezes os caminhos!

beijo