quarta-feira, 28 de março de 2012


No fio das horas
a tessitura do momento
e o instante único

quando o vento se verga.

HFM - Março 2012



segunda-feira, 26 de março de 2012

Sem título


Quando a tonalidade se perde nos filtros
só as memórias nos recuperam
no rumo de novos passos

eterno ciclo de descobertas!

HFM - Março 2012



quinta-feira, 22 de março de 2012

Pedrada no charco


Não rio
nem calo

sorrio.

HFM - Março 2012



segunda-feira, 19 de março de 2012

Visita ao Convento da Arrábida com o Centro Nacional de Cultura


Fui, no passado sábado, visitar o Convento da Arrábida com o CNC ficam algumas das fotografias que lá tirei. Sem palavras pois ali o que conta é a paisagem, a beleza e a espiritualidade do local - tudo o mais são redundâncias.
























sexta-feira, 16 de março de 2012

Interpretando-me



Escaparam-se-me os pensamentos
na dialéctica das palavras
no sentir me quero
quando as cores se esbatem
e os cheiros se ampliam
num deserto sem areia
completarei o cenário
percorrendo a mise-en-scène
que à vida subtraí
metade de mim
num caleidoscópio de emoções
toda inteira
nas palavras que não pronuncio.

Lisboa, Março de 2012


quarta-feira, 14 de março de 2012

António de Oliveira Salazar

Num passeio com Fernando Pessoa feito pelo Centro Nacional de Cultura soube, pela primeira vez, da existência deste poema que não resisto a colocar aqui.


António de Oliveira Salazar


poema de Fernando Pessoa, anos 30



António de Oliveira Salazar.
Três nomes em sequência regular…
António é António.
Oliveira é uma árvore.
Salazar é só apelido.
Até aí está bem.
O que não faz sentido.
É o sentido que tudo isto tem.

Este senhor Salazar
É feito de sal e azar.
Se um dia chove,
A água dissolve
O sal,
E sob o céu
Fica só azar, é natural.
Oh, c’os diabos!
Parece que já choveu…

Coitadinho
Do tiranozinho!
Não bebe vinho.
Nem sequer sozinho…

Bebe a verdade
E a liberdade.
E com tal agrado
Que já começaram
A escassear no mercado.

Coitadinho
Do tiranozinho!
O meu vizinho
Está na Guiné
E o meu padrinho
No Limoeiro
Aqui ao pé.
Mas ninguém sabe porquê.

Mas, enfim é
Certo e certeiro
Que isto consola
E nos dá fé.
Que o coitadinho
Do tiranozinho
Não bebe vinho,
Nem até
Café.

(extraído da obra; Fernando Pessoa, Obra Poética e em Prosa, Vol. 1, Lello & Irmão – Editores, Porto, 1986, págs. 578-579.)


segunda-feira, 12 de março de 2012

Notas



Disse-te da pele
e ficaste memória
lembrança de mar e cidade
apátrida de mim
no sopro do infinito

lenta, como uma prece,
viro-me ao avesso do sentido.

HFM - Março 2012

quinta-feira, 8 de março de 2012

Sem título

Desaprendi
da vida a tessitura

do mar soltam-se cânticos!

HFM - Março 2012

terça-feira, 6 de março de 2012

domingo, 4 de março de 2012


da net


Rasando o embate das palavras sem sentido. No silêncio de mim. Na parceria das inocências. E na tangível liberdade das escolhas.

HFM - 3 de Março de 2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

Quando a fotografia fala por si


tirada no Parque das Nações