segunda-feira, 14 de maio de 2012

Equacionando


sempre que olhares o farol
pensa
- na noite ou na neblina -
indicar-te-á o caminho
na serenidade dos puros
no ouvido do mar
no retorno das histórias
na quebra da onda prometida

olha e pensa
o farol ancorar-te-á
na lava que nenhum vulcão assassina
ou nas poças de água
onde o caminhante descansa
e se perturba

no ronco da terra
escuta o significado
apreende a vida
e pensa

só assim a ferida se calará
e a solidão.

Lisboa, 12 de Maio de 2012


5 comentários:

Ad astra disse...

como calar o mar

a luz do farol mostrará o caminho?

- olhando -

(magnifico)

Mar Arável disse...

Há farois que alumiam

mas são tantos
que teremos de ser nós
a conquistar a luz

jrd disse...

É preciso sossegar a memória.

Luis Eme disse...

o Farol está sempre na fronteira de qualquer coisa, e quando pisca é quase bem visto, especialmente quando há mau tempo no canal, Helena.

Manuel Veiga disse...

os faróis guiam, mas são os barcos quem dá o corpo às ondas...

como bálsamo. belo poema.

beijo