sábado, 22 de junho de 2013

Nas Ruas de S. Bento - exposição dos Urban Sketchers de Portugal na Fundação Mário Soares

 
 

 



Deixo aqui os meus trabalhos patentes na exposição acima referida. Calhou-me a Rua das Francesinhas onde felizmente havia muitas árvores pois a arquitectura eu não domino.

Aconselho uma visita pois a exposição está muito bem montada e tem desenhos muito bons dos nossos "pesos pesados" dos sketches. Está patente ao público apenas as 3ª, 4ª e 5ª feiras e é bom consultar o horário no site da Fundação.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Poema inicial

 
 



Os olhos eram sorriso
na transparência azul do mar

a ternura -
paleta infinita onde se misturavam
as cores de cada sorriso

no caleidoscópio do ohar
recriava-se o arco-íris.
 
HFM - Lisboa, 14 de Junho de 2013

sexta-feira, 7 de junho de 2013



Quando a sombra se ausenta
a roupagem veste de cor
a luz

incendeiam-se nos labirintos
os silêncios.

Ericeira, 5 de Junho de 2013

terça-feira, 4 de junho de 2013

Diurnos



da net

Olhava  a sombra. Melhor as sombras. Espelhos acentuando os espaços. Esgares que a luz inventava. Oceanos de contrastes. Na sombra projectada  iniciam-se as histórias. Pelo menos comigo. Desde esses tempos recuados da infância quando, na casa de Campo de Ourique, na  sesta, então, obrigatória, eu me exilava do sono para, nas silhuetas invertidas que se projectavam no tecto depois de transporem uma nesga entre a janela e as portadas de madeira, iniciar as histórias que contava a mim própria.

Hoje, no sol que finalmente se apropriou destes dias de Junho, as sombras assombraram-me. Alargaram, na memória, o passado e, como num exercício de descodificação, preencheram no presente o seu vazio. Toques. Sobreposições. Desabafos. Certezas. Tudo isto se espraiou nas sombras com a força com que este mar da Ericeira nos mimoseia. Diga-se, em abono da verdade que, hoje, excepcionalmente, o mar até está de “patos”!

Voltemos às sombras. Às sombras que unem – fios condutores da vida – entre a luz e a sombra e todos os cambiantes que circulam nos seus interstícios.

Encostei o olhar ao mar. Deixei-me seduzir pelo canto dos búzios. No remanso da maré adormeci a revolta e, outra vez criança, pensei que a história que a sombra me iria contar era melhor que toda a luz fictícia deste reino desmiolado em que teimamos em viver.

Contudo, a sombra vinha vazia. Apenas sombra. Um escuro na luminosidade. Um silêncio duro e sem eco. Uma vaga a que faltava a espuma.

Tinha-se partido o fio condutor, só podia ser. Ou seria cansaço? Meu? Ou da sombra?

No torpor de um calor envergonhado não me apeteceu questionar-me. Encolhi os ombros. Encolhi a sombra. Encolhi mais um pouco o esgar dos dias. Já vai sendo habitual. Como uma litania. Um advérbio de modo. Ou será de lugar? O meu verdadeiro lugar na sombra.

Por uma tarde evadi-me. Ausentei-me. E não me dei mal.

 

Ericeira, 4 de Junho de 2013

domingo, 2 de junho de 2013


sorri ao mar
a borboleta cortejava a papoila
o sol invadia o espaço

um pouco mais
teria tocado o absoluto.

HFM - Ericeira, 1 de Junho de 2013